Já muitos de vocês devem ter ouvido falar neste livro: Projecto Felicidade, de Gretchen Rubin. O título é apelativo e a proposta tentadora... encontrar a felicidade perdida, aquela que, mesmo as pessoas que têm a vida que imaginaram e são aparentemente felizes, parecem ter esquecido.
A felicidade é um conceito demasiado relativo para ser definido. Não significa o mesmo para toda a gente e não é sequer um sentimento permanente... somos felizes ou estamos felizes? Às vezes é difícil distinguir.
Será que a busca da felicidade consegue realizar-se nos mais insignificantes actos diários ou só faz sentido quando se traduz na realização de um grande sonho ou do feito de uma vida? É uma busca material ou espiritual? É sinónimo de sucesso, de fama ou de paz? Acontece todos os dias ou só no balanço final em que decidimos se fomos ou não felizes ao longo da nossa vida?
Gretchen Rubin nasceu em Kansas City e vive agora em New York, na companhia do marido e duas filhas. Formou-se em direito, mas descobriu que enquanto escritora se sentia mais realizada pessoal e profissionalmente. Escreveu livros sobre Winston Churchill e JFK antes de decidir passar um ano a dedicar-se ao seu Projecto Felicidade.
Através de uma escrita descontraída e divertida, Gretchen faz muitas referências aos inúmeros autores que escreveram sobre o assunto - como Dalai Lama, Buda, Epicuro ou Thoreau - e leva-nos a acompanhá-la durante o ano em que, mês a mês, através de resoluções mais ou menos simples, vai construindo o seu Projecto Felicidade - que é, na verdade um projecto para a vida.
Esta é uma busca que, parecendo essencialmente espiritual e sentimental, reflecte-se surpreendentemente em decisões que afectam sobretudo a vida terrena e que acabam por afectar o nosso estilo de vida ou a nossa forma de estar no mundo. Em busca da felicidade podemos concentrar-nos no trabalho, na família, nas relações, na dieta ou no exercício... em resoluções que vão desde acções práticas e concretas como ir para a cama mais cedo ou começar a fazer uma colecção, até a atitudes que muitas vezes nos contrariam ou parecem tão difíceis de conseguir, pelo seu carácter incomensurável... como desfrutar o momento, arranjar tempo ou abdicar de alguma coisa.
Cedo nos apercebemos que este projecto de felicidade tem que partir de nós mesmos e será um árduo desafio... mas percebemos também que a felicidade é transversal, que se encontra até nas mais pequenas coisas e só existe se encararmos a vida como um todo - mais do que um objectivo ou resultado, é uma maneira de estar. Se tivermos a capacidade de nos conhecermos a nós próprios e a coragem para por algumas resoluções em prática (nem sempre iremos conseguir, mas o truque consiste na repetição de tentativas e erros...), talvez consigamos crescer como indivíduos e tornar o (nosso) mundo um lugar melhor. Ainda que seja pelos motivos mais egoístas: se lutarmos pela nossa felicidade, estaremos também a fazê-lo pela dos que nos rodeiam e eles lutarão connosco.
A felicidade é um processo: tem altos e baixos, sucessos e fracassos, certezas aparentes e dúvidas profundas... mas faz sentido lutar por ela todos os dias. Reflectir e agir, lutando pela felicidade a que, eu defendo, que temos direito, é quase uma obrigação - que outro motivo temos para termos nascido neste mundo?
Gretchen cria 12 mandamentos pessoais e desafia cada um de nós a fazer o mesmo. Entre eles estão coisas tão díspares e aparentemente inconsequentes como animar-me ou não fazer cálculos - poderão não fazer sentido para a maioria das pessoas, nem têm que fazer, pois são mandamentos que dizem respeito ao universo pessoal de cada um. Não são objectivos a cumprir... são antes princípios que queremos que rejam a nossa vida no sentido de sermos mais felizes. Podem ser só chamadas de atenção, comportamentos que desejamos corrigir, sentimentos que queremos reforçar... mas são nossos: têm a ver com a nossa forma de ser e com o caminho que cada um tem que percorrer para encontrar essa felicidade que se perde nas obrigações do quotidiano - sabe bem recuperá-la. Porque a vida é mais importante do que o dinheiro que produzimos ou o carro que conduzimos... os dias são longos, mas os anos são curtos... convém estarmos atentos ao que é realmente importante.
Gostei de ler o livro e identifiquei-me com muitas das insatisfações e resoluções apresentadas... mas uma coisa que me prendeu imediatamente a atenção foi o excerto, no início do mês de Março, em que Gretchen descreve a sua reorientação de carreira e assume que o trabalho é crucial para a felicidade, o projecto de felicidade de outra pessoa pode muito bem concentrar-se na escolha do trabalho certo.
O meu Projecto Felicidade terá então que começar por aí: por uma busca, material e espiritual, acerca de quem eu sou, do que gosto de fazer e de como posso transforma-lo no meu trabalho, para que este seja, não uma obrigação, mas um estilo de vida.
Irei desvendando regularmente algumas resoluções inerentes ao meu projecto... e se quiserem, partilhem também os vossos projectos felicidade!
A felicidade é um conceito demasiado relativo para ser definido. Não significa o mesmo para toda a gente e não é sequer um sentimento permanente... somos felizes ou estamos felizes? Às vezes é difícil distinguir.
Será que a busca da felicidade consegue realizar-se nos mais insignificantes actos diários ou só faz sentido quando se traduz na realização de um grande sonho ou do feito de uma vida? É uma busca material ou espiritual? É sinónimo de sucesso, de fama ou de paz? Acontece todos os dias ou só no balanço final em que decidimos se fomos ou não felizes ao longo da nossa vida?
Gretchen Rubin nasceu em Kansas City e vive agora em New York, na companhia do marido e duas filhas. Formou-se em direito, mas descobriu que enquanto escritora se sentia mais realizada pessoal e profissionalmente. Escreveu livros sobre Winston Churchill e JFK antes de decidir passar um ano a dedicar-se ao seu Projecto Felicidade.
Através de uma escrita descontraída e divertida, Gretchen faz muitas referências aos inúmeros autores que escreveram sobre o assunto - como Dalai Lama, Buda, Epicuro ou Thoreau - e leva-nos a acompanhá-la durante o ano em que, mês a mês, através de resoluções mais ou menos simples, vai construindo o seu Projecto Felicidade - que é, na verdade um projecto para a vida.
Esta é uma busca que, parecendo essencialmente espiritual e sentimental, reflecte-se surpreendentemente em decisões que afectam sobretudo a vida terrena e que acabam por afectar o nosso estilo de vida ou a nossa forma de estar no mundo. Em busca da felicidade podemos concentrar-nos no trabalho, na família, nas relações, na dieta ou no exercício... em resoluções que vão desde acções práticas e concretas como ir para a cama mais cedo ou começar a fazer uma colecção, até a atitudes que muitas vezes nos contrariam ou parecem tão difíceis de conseguir, pelo seu carácter incomensurável... como desfrutar o momento, arranjar tempo ou abdicar de alguma coisa.
Cedo nos apercebemos que este projecto de felicidade tem que partir de nós mesmos e será um árduo desafio... mas percebemos também que a felicidade é transversal, que se encontra até nas mais pequenas coisas e só existe se encararmos a vida como um todo - mais do que um objectivo ou resultado, é uma maneira de estar. Se tivermos a capacidade de nos conhecermos a nós próprios e a coragem para por algumas resoluções em prática (nem sempre iremos conseguir, mas o truque consiste na repetição de tentativas e erros...), talvez consigamos crescer como indivíduos e tornar o (nosso) mundo um lugar melhor. Ainda que seja pelos motivos mais egoístas: se lutarmos pela nossa felicidade, estaremos também a fazê-lo pela dos que nos rodeiam e eles lutarão connosco.
A felicidade é um processo: tem altos e baixos, sucessos e fracassos, certezas aparentes e dúvidas profundas... mas faz sentido lutar por ela todos os dias. Reflectir e agir, lutando pela felicidade a que, eu defendo, que temos direito, é quase uma obrigação - que outro motivo temos para termos nascido neste mundo?
Gretchen cria 12 mandamentos pessoais e desafia cada um de nós a fazer o mesmo. Entre eles estão coisas tão díspares e aparentemente inconsequentes como animar-me ou não fazer cálculos - poderão não fazer sentido para a maioria das pessoas, nem têm que fazer, pois são mandamentos que dizem respeito ao universo pessoal de cada um. Não são objectivos a cumprir... são antes princípios que queremos que rejam a nossa vida no sentido de sermos mais felizes. Podem ser só chamadas de atenção, comportamentos que desejamos corrigir, sentimentos que queremos reforçar... mas são nossos: têm a ver com a nossa forma de ser e com o caminho que cada um tem que percorrer para encontrar essa felicidade que se perde nas obrigações do quotidiano - sabe bem recuperá-la. Porque a vida é mais importante do que o dinheiro que produzimos ou o carro que conduzimos... os dias são longos, mas os anos são curtos... convém estarmos atentos ao que é realmente importante.
Gostei de ler o livro e identifiquei-me com muitas das insatisfações e resoluções apresentadas... mas uma coisa que me prendeu imediatamente a atenção foi o excerto, no início do mês de Março, em que Gretchen descreve a sua reorientação de carreira e assume que o trabalho é crucial para a felicidade, o projecto de felicidade de outra pessoa pode muito bem concentrar-se na escolha do trabalho certo.
O meu Projecto Felicidade terá então que começar por aí: por uma busca, material e espiritual, acerca de quem eu sou, do que gosto de fazer e de como posso transforma-lo no meu trabalho, para que este seja, não uma obrigação, mas um estilo de vida.
Irei desvendando regularmente algumas resoluções inerentes ao meu projecto... e se quiserem, partilhem também os vossos projectos felicidade!
Many of you have heard about this book: The Happiness Project, by Gretchen Rubin. The title is appealing and the proposition is tempting... to find the lost happiness, the one that even people who have the life they imagined and are apparently happy, seem to have forgotten.
Happiness is a too relative concept to be defined. It's not the same for everyone and is not even a permanent feeling... We are happy or feel happy? Sometimes it's difficult to distinguish.
Does the pursuit of happiness can be held in the most insignificant daily acts or makes sense only when translated into the realization of a great dream or the accomplishment of a lifetime? Is it a material or spiritual search? Is it synonymous with success, fame or peace? Does it happen every day or only on our final balance, when we decide if we were happy or not along our life?
Gretchen Rubin was born in Kansas City and now lives in New York in the company of her husband and two daughters. She graduated in law, but found that as a writer she felt more fulfilled personally and professionally. She wrote books about Winston Churchill and JFK before deciding to spend a year devoted to her Happiness Project.
Gretchen writes in a relaxed and funny style and makes many references to the numerous writers that she read on the subject - as the Dalai Lama, Buddha, Epicurus or Thoreau - and leads us to accompany her during one year, along which she makes resolutions more or less simple, month by month, building her Happiness Project - which is actually a project for life.
This is a quest that seems essentially spiritual and sentimental, but is strikingly reflected in decisions that affect mainly the earthly life and that ultimately affect our lifestyle or our way of being in the world. In pursuit of happiness we can concentrate on work, family, relationships, diet or exercise... at resolutions ranging from practical and concrete actions such as go to bed earlier or start making a collection, to attitudes that we often contradict and that seem so hard to achieve, because they're immeasurable... like enjoy the moment, find the time or give up something.
Soon we realize that this happiness project must come from within ourselves and will be a tough challenge... but we also realize that happiness is transversal, it can be found even in the smallest things and exists only if we view life as a whole - rather than an objective or result, is a way of being. If we have the ability to know ourselves and the courage to put into practice some resolutions (we will not always succeed, but the trick is in the repetition of trials and errors...), maybe we can grow as individuals and make the (our) world a better place. Even if it's for the most selfish reasons: if we fight for our happiness, we will also do so by those around us and they will fight us too.
Happiness is a process: it has ups and downs, successes and failures, apparent certainties and deep doubts... but it makes sense to fight for it every day. To reflect and act, fighting for the happiness that I advocate that we are entitled to, is almost an obligation - why else are we born into this world after all?
Gretchen creates 12 personal commandments and challenges each of us to do the same. They include such disparate and seemingly inconsequential things as cheer me up or do no calculations - they may not make sense to most people, nor do they have to do, they should be commandments that relate to each personal universe. They're not objectives to accomplish... they're principles that we want to live by in order to be happier. They can be reminders, behaviors we wish to correct, feelings that we want to strengthen... but they are ours: they have to do with our way of life and the path that each one must traverse to find the happiness that is lost in the obligations of everyday life - it feels good to regain it. Because life is more important than the money we make or the car we drive... the days are long but the years are short... so we must be aware of what is really important.
I enjoyed reading the book and I identified with many of the dissatisfactions and resolutions made... but one thing that immediately caught my attention was the excerpt at the beginning of March, in which Gretchen describes her career reorientation and assumes that work is crucial to happiness, the happiness project of another person may well concentrate on choosing the right job.
My Happiness Project will then have to begin there: a material and spiritual search about who I am, what I love to do and how I can turn it into my work, so it won't be an obligation, but a lifestyle.
I will regularly uncover some resolutions related to my project... and if you wish, share your happiness project with us too!
Happiness is a too relative concept to be defined. It's not the same for everyone and is not even a permanent feeling... We are happy or feel happy? Sometimes it's difficult to distinguish.
Does the pursuit of happiness can be held in the most insignificant daily acts or makes sense only when translated into the realization of a great dream or the accomplishment of a lifetime? Is it a material or spiritual search? Is it synonymous with success, fame or peace? Does it happen every day or only on our final balance, when we decide if we were happy or not along our life?
Gretchen Rubin was born in Kansas City and now lives in New York in the company of her husband and two daughters. She graduated in law, but found that as a writer she felt more fulfilled personally and professionally. She wrote books about Winston Churchill and JFK before deciding to spend a year devoted to her Happiness Project.
Gretchen writes in a relaxed and funny style and makes many references to the numerous writers that she read on the subject - as the Dalai Lama, Buddha, Epicurus or Thoreau - and leads us to accompany her during one year, along which she makes resolutions more or less simple, month by month, building her Happiness Project - which is actually a project for life.
This is a quest that seems essentially spiritual and sentimental, but is strikingly reflected in decisions that affect mainly the earthly life and that ultimately affect our lifestyle or our way of being in the world. In pursuit of happiness we can concentrate on work, family, relationships, diet or exercise... at resolutions ranging from practical and concrete actions such as go to bed earlier or start making a collection, to attitudes that we often contradict and that seem so hard to achieve, because they're immeasurable... like enjoy the moment, find the time or give up something.
Soon we realize that this happiness project must come from within ourselves and will be a tough challenge... but we also realize that happiness is transversal, it can be found even in the smallest things and exists only if we view life as a whole - rather than an objective or result, is a way of being. If we have the ability to know ourselves and the courage to put into practice some resolutions (we will not always succeed, but the trick is in the repetition of trials and errors...), maybe we can grow as individuals and make the (our) world a better place. Even if it's for the most selfish reasons: if we fight for our happiness, we will also do so by those around us and they will fight us too.
Happiness is a process: it has ups and downs, successes and failures, apparent certainties and deep doubts... but it makes sense to fight for it every day. To reflect and act, fighting for the happiness that I advocate that we are entitled to, is almost an obligation - why else are we born into this world after all?
Gretchen creates 12 personal commandments and challenges each of us to do the same. They include such disparate and seemingly inconsequential things as cheer me up or do no calculations - they may not make sense to most people, nor do they have to do, they should be commandments that relate to each personal universe. They're not objectives to accomplish... they're principles that we want to live by in order to be happier. They can be reminders, behaviors we wish to correct, feelings that we want to strengthen... but they are ours: they have to do with our way of life and the path that each one must traverse to find the happiness that is lost in the obligations of everyday life - it feels good to regain it. Because life is more important than the money we make or the car we drive... the days are long but the years are short... so we must be aware of what is really important.
I enjoyed reading the book and I identified with many of the dissatisfactions and resolutions made... but one thing that immediately caught my attention was the excerpt at the beginning of March, in which Gretchen describes her career reorientation and assumes that work is crucial to happiness, the happiness project of another person may well concentrate on choosing the right job.
My Happiness Project will then have to begin there: a material and spiritual search about who I am, what I love to do and how I can turn it into my work, so it won't be an obligation, but a lifestyle.
I will regularly uncover some resolutions related to my project... and if you wish, share your happiness project with us too!
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Amei!!
ReplyDeleteAfinal se não formos realmente felizes o que é que andamos aqui a fazer?!
É, sem duvida um projecto que todos deviamos seguir.
Beijinhos
Telma
que interessante esta tua sugestão. para mim, mais interessante ainda o teu penúltimo parágrafo, a tal procura do método ideal para transformarmos o trabalho num estilo de vida.
ReplyDeletetambém eu ando nessa busca:)
não conhecia e acho que vou lê-lo! obrigada pela partilha.
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