Merce Cunningham 16.04.1919 | 26.07.2009

Wednesday, 29 July 2009

You have to love dancing to stick to it. It gives you nothing back, no manuscripts to store away, no paintings to show on walls and maybe hang in museums, no poems to be printed and sold, nothing but that single fleeting moment when you feel alive. It is not for unsteady souls. [ Merce Cunningham ]

Vi até hoje poucos espectáculos de dança contemporânea. Não tenho grande conhecimento acerca do assunto e não consigo identificar muitos nomes significativos no meio.

Sinto apenas um grande fascínio. E um enorme respeito por alguém que consegue entregar-se desta forma e controlar o seu corpo de tal modo que é a alma a comandá-lo - e o inevitável esforço físico passa a parecer insignificante e fácil.

Não é nada fácil. Mas parece. Por isso é tão belo.

O mundo perdeu Merce Cunningham há poucos dias. Há quase um mês atrás perdeu também Pina Bausch (27.07.1940 | 30.06.2009). Quem não se lembra das cenas iniciais de Hable con Ella e a forma como os movimentos da coreógrafa alemã nos hipnotizam, acalmam a alma e prendem ao ecrã?

Merce Cunningham, que praticamente só conhecia de nome, foi um grande dançarino e revolucionário coreógrafo norte-americano. Fez o mundo crescer com a sua arte e por isso ficamos mais pobres com a sua perda.

Mas depois penso... se a vida é um estado temporário, o mundo ganha mais do que perde - porque a arte, essa, é intemporal.

Aqui fica a minha homenagem.

[ A foto, tirada por Anna Finke, foi encontrada na galeria de The Merce Cunningham Dance Company no flickr. ]


5 comments:

  1. Tive a oportunidade de experimentar este tipo de dança, que me fascinou desde o primeiro momento... Grande legado dum grande homem, que viveu a sua vida a dançar, quase até à última expiração...

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  2. Há umas semana atrás ouvi na rádio, circunstanciamente, uma frase do bailarino Rudolf Nureyev (que não conhecia): "o grande bailarino não é aquele que executa com naturalidade o salto mais difícil, é aquele que torna interessante o passo mais banal"... ficou-me na cabeça.

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  3. Interessante frase de Nureyev. Gosto de pensar que na arquitectura também é assim... tornar belo o aparentemente mais banal é sempre mais difícil do que banalizar o excêntrico.

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  4. Parece que toda a arte tem algo em comum. Difícl é lá chegar.

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Ana Pina | blog

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