jewelry + Alexander Calder

Thursday, 28 April 2011



PT
Todos vocês devem conhecer o nome de Alexander Calder. Se nunca tiverem ouvido o nome, reconhecem certamente imagens dos seus móbiles e outras esculturas abstractas, muitas deles à escala urbana, expostas no espaço público (em Portugal temos uma em frente ao CCB). Artista americano multifacetado, viveu entre 1898 e 1976 e nasceu numa família de artistas, pelo que cedo entrou neste mundo fascinante da arte.

O que eu não sabia (chamem-me ignorante) era que Calder criou também joalharia. Martelava o bronze e o aço, ou mesmo a prata e o ouro, moldava-os com as suas próprias mãos, muitas vezes adicionando cacos de cerâmica ou de vidro ou pedras que encontrava na praia, criando peças únicas que variavam entre o perfeitamente usável, até ao escultórico, em jeito de peças conceptuais que valiam certamente pela sua grandiosidade mística.
Calder ofereceu muitas peças a amigas ou familiares - o anel de casamento da mulher, uma espiral em ouro, saiu das mãos de Calder - e rapidamente outras artistas ou mulheres do meio artístico usavam estas peças, como Georgia O'Keefe ou Peggy Guggenheim.

Calder não é um joalheiro, não usa soldas, por exemplo, mas cria peças imaginativas e expressivas, numa espécie de reinterpretação pessoal da combinação de símbolos marcantes da arte de outras civilizações - como a espiral. Olho para estas peças e lembro-me de outras, saídas das mãos de antigos artesãos africanos ou celtas. Como é que formas tão ancestrais adquirem um carácter tão polidamente moderno?
Gosto da sua honestidade, do seu simplismo aparente, da engenhosa combinação de formas simples em sistemas complexos e surpreendentes. Nunca imaginaria que Calder as criara. Até porque algumas das peças parecem-me até muito familiares, já vi algo similar feito por outras mãos... mas Calder consegue dota-las de um requinte despretensioso que as eleva ao nível da arte.

Foi na última aula de joalharia, a folhear este livro, que o descobri. Eu, que nunca gostei particularmente da suposta genialidade dos seus móbiles, começo agora a admirá-lo de um novo e refrescante ponto de vista!
Aproveitem também para visitar esta página sobre o artista, no site Artsy, vale bem a pena.

EN
All of you must know the name of Alexander Calder. If you have never heard the name, you certainly recognize images of his mobiles and other abstract sculptures, many of them created on an urban scale, exposed in public spaces (in Portugal we have one in front of CCB). Multifaceted American artist, he lived between 1898 and 1976 and was born into an artistic family, so he soon stepped into this fascinating world of art.

What I didn't know (call me ignorant) was that Calder also created jewelry. He hammered brass and steel or even silver and gold, shaped them with his own hands, often adding pieces of pottery, glass or stone, creating unique pieces ranging from the perfectly usable up to the sculptural dimension, as conceptual pieces certainly worth for its mystical grandeur. Calder offered many pieces to friends and family - his wife's wedding ring, a spiral in gold, was made by Calder - and soon other artists and women related to the art world were using these pieces, such as Georgia O'Keeffe or Peggy Guggenheim.

Calder is not a jeweler, he uses no welds, for example, but he creates imaginative and expressive pieces in a kind of personal reinterpretation of the combination of symbols that marked the art of other civilizations - like the spiral. I look at these pieces and they remind me of others, made by the hands of ancient African or Celtic craftsmen. How can such ancient forms acquire a character so politely modern? I like its honesty, its apparent simplicity, the ingenious combination of simple forms in complex and amazing systems. I never imagined that Calder created this. And some of the pieces seem very familiar to me, I've seen something similar made by other hands... but Calder gives them an unpretentious elegance that elevates them to the level of art.

I made this discovery in my last jewelry class, as I saw this book. I never particularly liked the supposed genius of his mobiles, so now I'm beginning to admire him through a new and refreshing point of view!
Also, take your time to visit this page about the artist, at the site Artsy, it's well worth the visit.

1 comments:

  1. Também não conhecia esta faceta de Calder! As joias são assumidamente de uma rusticidade surpreendente!

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Ana Pina | blog

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