Está patente no Palácio das Artes, no Largo de S. Domingos, no Porto, a exposição No Place Like: 4 houses, 4 films. Esta foi a contribuição portuguesa presente na 12ª Mostra Internazionale di Architettura na Biennale di Venezia, em exposição no Pavilhão de Portugal entre Agosto e Novembro de 2010.
Os curadores escolheram 4 arquitectos, 4 projectos habitacionais e 4 artistas/realizadores para serem responsáveis por 4 filmes inspirados por esses mesmos projectos.
Álvaro Siza está presente com o projecto da Bouça, no Porto, apresentado por um filme assinado por Filipa César. João Luís Carrilho da Graça e a sua Casa Candeias, em Évora, tem direito ao filme mais longo, da autoria de Julião Sarmento. A dupla de arquitectos Aires Mateus expõe as Casas na Comporta, a par do filme realizado por João Salaviza. Ricardo Bak Gordon apresenta duas casas em Santa Isabel, em Lisboa, acompanhadas por um filme de João Onofre.
São apenas 4 projectos, mas a exposição tem muito conteúdo e demora o seu tempo a ser visitada: apetece demorar na leitura das maquetes e sentar a visionar cada um dos filmes, tão diferentes entre si, tanto na duração, como no conceito e conteúdo. O filme inspirado pelo projecto de Siza é aquele que mais se concentra na arquitectura propriamente dita e foi com curiosidade redobrada que o vimos, porque nos lembramos de, meses atrás, ver a equipa de filmagens a fazer a gravação contínua que atravessa o rés-do-chão de uma das habitações da Bouça, na casa ao lado da nossa.
Mas não são só os filmes que se distinguem entre si, também os projectos de arquitectura são muito diferentes, não só por serem assinados por diferentes arquitectos e por se localizarem em cidades distantes, mas sobretudo pelo distinto conceito de habitação que cada um explora: temos um projecto de habitação colectiva cuja construção atravessou um período de 30 anos, temos uma casa térrea de expressão volumétrica, 4 casas plantadas na areia em jeito de reinterpretação da arquitectura popular e duas casas-pátio que conversam entre si de costas voltadas para as ruas da grande cidade.
Vale a pena ver a exposição. Gostei de mergulhar nos filmes e no espírito dos lugares, gostei de ver as plantas, que a mim me dizem sempre tão mais do que as imagens, gostei de analisar as maquetes, sobretudo as da Bouça, com direito a um modelo do conjunto e outro parcial, onde é possível espreitar os interiores.
Estará no Palácio das Artes até 18 de Junho. Não percam!
There's an exhibition at Palácio das Artes, located in Largo de S. Domingos, Porto: No Place Like: 4 houses, 4 films. This was the Portuguese contribution present at the 12th Mostra Internazionale di Architettura at Biennale di Venezia, on display in the Pavilion of Portugal between August and November 2010.
The curators chose 4 architects, 4 housing projects and 4 artists/film directors to be responsible for 4 films inspired by these projects.
Álvaro Siza is present with the project Bouça in Porto, in the company of a movie signed by Filipa César. João Luís Carrilho da Graça and his House Candeias, in Évora, is entitled to the longer movie, directed by Julião Sarmento. The duo of architects Aires Mateus exposes Comporta House alongside the film directed by João Salaviza. Ricardo Bak Gordon presents two Houses in Santa Isabel, Lisbon, accompanied by a film by João Onofre.
There are only four projects, but the exhibition has lots of content and takes time to be visited: it feels like taking time on reading the models and sitting down to watch each film, so different, both in duration, as in concept and content. The film inspired by Siza's project is the one that focuses more on the architecture itself and we saw it with heightened curiosity, because we remember, months ago, seeing the film crew making the continuous recording that crosses the ground floor of one of the houses in Bouça, next door to ours.
But not only are the films distinguishable, also the architecture projects are very different, not only because they are signed by different architects and are located in distant cities, but above all by the distinctive concept of housing that each explores: we have a collective housing project whose construction has gone through a period of 30 years, we have a one-storey house with a volumetric expression, four houses planted in the sand as a reinterpretation of traditional architecture and two courtyard houses that talk to each other with their backs to the streets of the big city.
It's worth seeing the exhibition. I enjoyed watching the movies and entering the spirit of the places, I liked to see the plans, which to me always say so much more than the pictures, I liked to analyze the models, particularly those of Bouça, with a set of a complete model and another partial, where you can peek at the interiors.
The exhibition will be at Palácio das Artes until June 18. If you're around, don't miss it!
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