No passado Sábado, num passeio por Leça da Palmeira, aproveitei para fotografar alguns pormenores da Piscina das Marés. Já a visitei por dentro, em tempos, andava eu no 2º ano da Faculdade (nem vou fazer contas aos anos a que isso já foi!) e gostei da geometria dos espaços, da crueza do betão ao encontro da madeira, dos alinhamentos, enfiamentos e perspectivas do mar a partir do corpo construído dos balneários. O tanques são de uma geometria irregular e assentam sobre as muitas rochas da praia de Leça, num lugar que lhes parece destinado. A água é fria e salgada na mesma, porque vem do mar, mas não importa.
Enquanto a época balnear não começa oficialmente, os tanques estão vazios e a piscina fechada, mas este não é o único pretexto que nos traz até aqui... A marginal de Leça está um lugar muito mais simpático desde que foi renovada. Serve de pretexto para ver o mar, sentir o vento na cara, sentar numa esplanada e conhecer algumas das mais significativas obras do início de carreira de Álvaro Siza, que ficaram marcos para a carreira futura. A própria reabilitação de toda a marginal é da autoria de Siza.
Se quiserem uma visita por ordem cronológica comecem no extremo norte, perto do Farol, pela Casa de Chá da Boa Nova, projectada e construída entre 1958 e 1963 e só então, depois de um passeio pela marginal, encontram a Piscina das Marés, projectada quase em paralelo entre 1961-66, camuflada pelo muro que separa o caminho pedonal à altura da estrada, da praia. Nestas duas obras, já com 50 anos mas ainda tão actuais, percebe-se facilmente a sensibilidade de Siza face ao espírito do lugar, bem como a sua capacidade de marcar o lugar de uma forma tão singular.
Depois do passeio, partimos para Matosinhos, onde decorria perto da Câmara Municipal, o LeV - literatura em viagem - festival de exposições e de livros com a viagem como mote. Tivemos tempo de assistir a duas mesas de encontro entre alguns escritores portugueses e estrangeiros, onde gostei particularmente de ouvir Gonçalo M. Tavares e José Luís Peixoto, que tive finalmente a oportunidade de conhecer ao vivo.
Ainda têm tempo, até amanhã à tarde de ouvir outros autores e outros temas.
Entretanto aproveitem também para visitar a exposição subway life, uma pequena mostra da inspiradora viagem que levou António Jorge Gonçalves a percorrer 10 cidades do mundo enquanto registava em cerca de 300 desenhos as pessoas que via sentadas à sua frente no metro... também em site e livro.
Um fim-de-semana muito cultural, portanto!
Last Saturday, walking on Leça da Palmeira, I managed to shoot some details of Piscina das Marés (Tide Swimming Pool). I'd already visited the inside, some time ago, while I was in the 2nd year of college (I'm not going to count how long this has been!) and I admired the geometry of the space, the rawness of the concrete meeting the timber, the alignments and perspectives of the sea seen from the built body of the balnearies. The tanks have an irregular geometry and are built upon the many rocks on Leça's main beach, in a place that seems destined to them. The water is cold and salty, because it comes from the sea, but it doesn't matter.
While the bathing season doesn't officially start, the tanks are empty and the pool closed, but this is not the only excuse that brings us here... Leça's seaside is a much nicer place since it was renewed. It serves as a pretext to see the ocean, feel the wind on our face, sit on the terrace and visit some of the most significant works of the early career of portuguese architect Álvaro Siza, which became landmarks for his future career. Even the recent seaside rehabilitation is by Siza.
If you want to make a tour in chronological order start at the north end, near the Lighthouse, and enter Casa de Chá da Boa Nova (Boa Nova Tea House), designed and built between 1958 and 1963 and only then, after a stroll by the seaside, you can see Piscina das Marés, designed almost in parallel between 1961-66, camouflaged by the wall that separates the pathway near the road from the beach. In these two works, now aged 50 but still so updated, we easily find the Siza's sensitivity regarding the spirit of the place, as well as his ability to mark a place in such an unique way.
After the tour, we went to Matosinhos, where was taking place LeV - literature in travel - a festival of exhibitions and books with travel as motto. We had time to watch the encounter of some Portuguese and foreign writers and I particularly enjoyed listenning to Gonçalo M. Tavares and José Luís Peixoto, who I finally had the opportunity to meet live.
I also enjoyed visiting the exhibition subway life - a small sample of the inspiring journey that led António Jorge Gonçalves to 10 cities around the world to record in about 300 drawings the people that sat in front of him in the subway... he also has a site and a book.
So it was a great cultural weekend!
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