architecture + Souto de Moura | Pritzker 2011

Wednesday 30 March 2011

Casa das Artes | Souto de Moura (004)
Casa das Artes | Souto de Moura (002)Casa das Artes | Souto de Moura (006)
Stª Maria do Bouro | Souto de Moura (002)
Stª Maria do Bouro | Souto de Moura (003)Stª Maria do Bouro | Souto de Moura (005)
Stª Maria do Bouro | Souto de Moura (008)Stª Maria do Bouro | Souto de Moura (010)
Stª Maria do Bouro | Souto de Moura (004)
Lisboa + Cascais 11'09 (55)
Lisboa + Cascais 11'09 (60)Lisboa + Cascais 11'09 (56)
Lisboa + Cascais 11'09 (62)
Lisboa + Cascais 11'09 (57)

O Pritzker é o mais importante prémio na área da arquitectura a nível mundial. Álvaro Siza foi o primeiro português a vencer este galardão em 1992 e agora é a vez de Eduardo Souto de Moura.

Não é por acaso que Siza admite que era uma questão de tempo até Souto de Moura ser também vencedor - são estes dois dos nomes mais importantes da arquitectura contemporânea portuguesa e da chamada Escola do Porto e chegaram até a trabalhar juntos entre 1974 e 1979, embora os separe uma diferença de 20 anos.

Souto de Moura, com 58 anos, nascido no Porto, estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas Artes da mesma cidade e cedo iniciou a sua carreira de arquitecto, trabalhando por conta própria e afirmando-se como um dos mais emergentes nomes da sua geração. Inicialmente influenciado pela simplicidade difícil de concretizar do menos é mais e pelas linhas horizontais de Mies van der Rohe, Souto de Moura assina cada projecto com uma grande carga de sensibilidade e poder de contextualização, desenvolvendo com o passar do tempo uma arquitectura de formas e metáforas. Esta é uma arquitectura que distingue o essencial do acessório, que sabe o que quer sem se impôr inconsequentemente, que assenta na paisagem sem interferir com a sua natureza, que existe para servir o Homem em todas as suas dimensões: a física, a prática, a intelectual e a poética.

Souto de Moura sabe o que faz e a sua maneira de dar protagonismo à arquitectura consiste muitas vezes em torná-la invisível. É o natural-artificial que encontramos na Pousada de Santa Maria do Bouro - uma das obras mais fotogénicas que alguma vez visitei.
Nada é deixado ao acaso, num trabalho que dá tanta atenção ao conceito geral como à concretização do detalhe e que desenha cada obra como um todo pleno de significado. Se é nas moradias para particulares que encontramos a assinatura deste arquitecto com mais frequência, são, no entanto as obras públicas ou de grande dimensão feitas de raiz que nos mostram a versatilidade de Souto Moura: capaz de realizar com igual mestria uma pequena casa de fim-de-semana a partir de uma ruína, como uma torre de escritórios, um museu ou um estádio.

São tantas as obras de referência deste autor que quase perco a conta das que já visitei. Muitas delas são reabilitações, facto que expõe o consenso geral de que Souto de Moura valoriza o silêncio e só fala quando tem algo a dizer.

Parabéns pelo merecido Pritzker!

Deixo-vos com algumas (poucas) imagens de algumas obras, todas em Portugal:
1. 2. 3. Casa das Artes, Porto, 1981-1991
4. 5. 6. 7. 8. 9.
Pousada de Stª Maria do Bouro, Amares, 1989-1997
10. 11. 12. 13. 14. Casa das Histórias Paula Rego, Cascais, 2009


The Pritzker is the most important worldwide architecture award. Álvaro Siza was the first Portuguese to win this award in 1992 and now is the turn of Eduardo Souto de Moura.

It's no coincidence that Siza admits it was a matter of time until Souto de Moura would also be a winner - these are two of the most important names of contemporary Portuguese architecture and of the so-called Escola do Porto (School of Porto) and they even worked together between 1974 and 1979, although they're separated by a difference of 20 years.

Souto de Moura, age 58, was born in Porto, studied architecture at the School of Fine Arts of this city and soon began his career as an architect, working on his own office and claiming to be one of the emerging names of his generation. Initially influenced by the difficult simplicity of less is more and the horizontal lines of Mies van der Rohe, Souto de Moura signs each project with a great deal of sensitivity and contextualization power, and started to develop over time an architecture made of forms and metaphors. This is an architecture that distinguishes the essential from the accessory, that knows what it wants without imposing recklessly, that lays on the landscape without interfering with its nature, that exists to serve Man in all its dimensions: the physical, the practical, the intellectual and the poetic.

Souto de Moura knows what to do and his way to give prominence to the architecture is often to make it invisible. That's the natural-artificial condition that we find at Pousada de Santa Maria do Bouro - one of the most photogenic buildings I've ever visited.
Nothing is left to chance when it's given as much attention to the overall concept as to the implementation of the details and each work is designed as a whole full of meaning. Even if you find the signature of this architect most often in private homes projects it's, however, the public or large scale works that show the versatility of Souto Moura: able to perform with equal mastery a small weekend house from a ruin, a tall office tower, a museum or a stadium.

There are so many reference works of this author that I almost lost count of the ones I already visited. Many of them are actually rehabilitations, which exposes the general consensus that Souto de Moura appreciates the silence and only speaks when he has something to say.

Congratulations for the well deserved Pritzker!

Share

1 comments:

  1. É um dos meus arquitectos preferidos.

    Excelente post!

    ReplyDelete

Ana Pina | blog

All rights reserved | Powered by Blogger

^